Você se Lembra?

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domingo, 13 de dezembro de 2015

Santarém: "O Castelo", 1953


Muitos prédios da passado histórico vieram abaixo. Entre eles notadamente se destaca a figura da loja denominada "O Castelo". Em 1981 o engenheiro Manuel  Canté Filho, em perícia técnica, sugerio a demolição do prédio. No dia 23 de outubro daquele mesmo ano, o prefeito Ronan Liberal, por meio da portaria 899/81, deu o prazo de 30 dias para que o proprietário, senhor Manuel Almeida, iniciasse sua demolição. O proprietário recorreu à justiça. No entanto, após o desabamento de uma parte do teto, ocorrida no início  do ano seguinte, levou a juíza Albanira Bemerguy a ordenar, em abril de 1982, a imediata demolição do edifício. Em maio, em cumprimento da ordem judicial, os tratores botaram abaixo o "ícone veneziano" dos louvores de Mário de Andrade.

Fonte: Sobre o Centro Histórico de Santarém - Pe. Sidney Canto

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Catedral de Santarém com suas novas torres,1936


Esta fotografia de 1936, feita pela lente do fotógrafo Apolônio Fona, mostra o exterior da Catedral de Nossa Senhora da Conceição, em Santarém, com suas novas torres. Frei Rogério Voges, OFM, foi o responsável pela construção das novas torres da Catedral, que tornou-se um prédio símbolo da cidade de Santarém e da presença da Igreja Católica neste município. Nota-se ainda parte da singeleza e simplicidade de sua praça na década de 1930.

Fonte: http://sidcanto.blogspot.com.br/

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Casarão do Barão de Santarém - Final do Império

Uma das fotografias mais antigas que se conhecem de Santarém. Foi feita em julho de 1889, quando da visita do Príncipe Imperial Conde D’Eu à Santarém (vindo de Manaus). Foto atribuída ao naturalista João Barbosa Rodrigues, que acompanhava o príncipe na viagem de retorno ao Rio de Janeiro.

Fonte:http://sidcanto.blogspot.com.br/

Restaurante "Pálace" de Santarém - 1953



Em 1953, um dos restaurantes da cidade era o "Pálace", que também funcionava com os serviços de Bar, Confeitaria e Leiteria. O horário de funcionamento era até as 24h.
 

Fonte: http://sidcanto.blogspot.com.br/

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Santarém: Rua Lameira Bittencourt, 1962

Rua Lameira Bittencourt, 1962
Ao lado esquerdo da foto, a antiga padaria Lucy (patrimônio histórico destruído). Ao centro, a famosa mureta construída em 1931 (mais conhecida como Pau da Garça), na administração de Ildefonso Almeida. Ao fundo, o bar Mascote. Nessa época, ainda não existia a Praça do Pescador.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

O passado que demolimos deixa-nos a saudade

Costumo postar, com alguma frequência, diversas fotografias de como era a Santarém do passado. Não qualquer passado, mas um passado até deveras recente pois, as fotos em questão, registram a paisagem de nossa cidade entre os anos de 1889 (bem no final do Império) e a década de 1970. A grande maioria, portanto, mostram a Santarém que existia antes do meu nascimento.

As fotos que geram maiores comentários (algumas geram boas e, até aqui saudáveis discursões) são aquelas que retratam prédios antigos que já foram demolidos ou totalmente, ou parcialmente descaracterizados com o passar do tempo.

Por isso mesmo, o “Castelo”, a antiga “Garapeira”, o antigo “Mercado Municipal”, a “Usina de Luz e Força”, o “Theatro Victoria” (nas suas linhas originais), o casario da “Rua do Comércio”, as demais fotos das ruas antigas e estreitas do “Centro da Cidade”, a antiga “Igreja de São Sebastião”, as praias da frente da cidade, o interior da “Catedral”, a antiga “Escadaria da Fortaleza”, enfim…

O passado que nos colocava como a pomposa, bonita e faceira “metrópole” do Baixo Amazonas, a Capital da foz do Tapajós. Belezas exaltadas em poesias e cantadas nas músicas que nos fazem escorrer os olhos quando longe estamos de nossa terra.

Tudo veio ao chão, tudo foi demolido, tudo virou
pó, meras lembranças, agora vistas apenas em antigas fotografias. Em benefício de quem? A troco de que?

Parece ser fácil jogar a culpa no “PROGRESSO”. Ah! O Progresso… Esse mesmo progresso que fazem muitas pessoas viajarem para o exterior a fim de admirar os bonitos prédios construídos: Castelos, Igrejas, Conventos, Praças, Casas de pessoas que fizeram algo na história.

Esse mesmo progresso que faz algumas pessoas irem tomar banho nas praias do mar do Caribe ou nas Ilhas Gregas. Que fazem as pessoas tirarem fotos em frente de “RUÍNAS” (sim, pedaços de pedra, ou alicerces de algo que foi importante na história daquele país, daquele povo europeu). Sim, parece muito fácil e até mesmo cômodo jogar a culpa no “PROGRESSO”. 
 
Esse mesmo “PROGRESSO” que quer transformar nossas praias em pistas de corrida, nossos lagos em portos, nossos casarões em estacionamentos, nossas praças em camelódromos, nosso passado em fachadas, ou ruínas, ou nem sequer isso. Parecemos invejar tanto a cultura dos outros e esquecemos de que eles, a quem invejamos, guardam o seu passado para ostentar com orgulho o tempo presente.

Afinal de contas, porque será que, para nós, parece ser tão difícil conviver com o passado em vista de um melhor futuro? Ou será que teremos que fotografar e filmar o que ainda temos para que daqui a 10, 20, 30 ou mais anos podermos postar as mesmas para escorrer uma lágrima de saudade de nossos olhos.

Sidney Canto
 

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Os táxis de Santarém

Na década de 70, em Santarém, os táxis eram do tipo Rural Willys, e sem taxímetro. O preço da "corrida" era acertado antecipadamente entre condutor do veículo e passageiro. Os pontos de estacionamento eram em frente ao Centro Recreativo e na Praça da Matriz.
 

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Antiga Amazônia Presente

No dia 26/06, após o lançamento, o documentário estará disponível gratuitamente no Site Antiga Amazônia Presente.

O Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo abriga e conserva um dos maiores acervos de arqueologia amazônica do país, formado por três coleções principais: a Coleção Harald Shultz, constituída a partir dos anos 50; a Coleção Tapajônica, adquirida na década de 1970 de Ubirajara Bentes, um colecionador da cidade de Santarém no Pará; e a Coleção Banco Santos, sob a guarda do MAE USP desde 2005, por decisão judicial. Entre estes objetos produzidos por antigos habitantes da Amazônia, sobressaem duas culturas distintas, pela refinada arte expressa nas cerâmicas que elaboraram: uma encontrada na região de Santarém, outra na Ilha do Marajó. São peças cujas formas e imagens remetem ao universo próprio de cada cultura, em representações que comunicam algo de seus antigos mitos e ritos, hábitos e valores destas sociedades do passado.

Peça da Coleção Tapajônica de Ubirajara Bentes
Em 2013, motivada pela idéia de revisitar no presente os lugares de origem dos objetos destas duas culturas para produzir um documentário, e apoiada pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP, a equipe constituída por Silvio Luiz Cordeiro (arqueólogo e documentarista), Carla Gibertoni Carneiro e Cristina Demartini (ambas arqueólogas), Wagner Souza e Silva (fotógrafo) e Luiz Bargmann (documentarista) viajou ao Pará durante o inverno e o verão no Baixo Amazonas, por paisagens de Belém, Icoaraci, Cachoeira do Arari, Monte Alegre, Santarém e Óbidos. Nestas viagens, a equipe gravou sons e imagens dos lugares, como sítios arqueológicos urbanos, e sítios mais distantes, a exemplo das pinturas rupestres encontradas na Serra do Ererê, em Monte Alegre. Mas também documentou a impressionante reserva técnica do Museu Paraense Emilio Goeldi, em Belém; as peças expostas no Museu do Marajó, reunidas pelo jesuíta Giovanni Gallo; a coleção arqueológica e histórica do Museu Integrado de Óbidos; e ainda uma pequena coleção de peças tapajônicas, formada por uma família de Santarém.

Contudo, a parte mais significativa deste acervo audiovisual e fotográfico gerado pela equipe durante as viagens é aquela constituída por relatos de pessoas que, por diversos motivos, mantêm alguma relação com lugares e objetos do universo arqueológico da Amazônia, atribuindo hoje sentidos e valores a eles. O conjunto de imagens gerado nesta produção audiovisual inédita pode ser visto como um documento do processo de construção de narrativas sobre acervos de arqueologia amazônica. De certa forma, o documentário traduz a redescoberta de paisagens culturais em que foram encontrados estes antigos objetos.
Paisagens habitadas desde um passado remoto, ainda pouco conhecidas do grande público, parte de uma região intensamente transformada no tempo, sobretudo neste em que vivemos.


 Os integrantes da equipe do documentário projetaram uma exposição fotográfica, com imagens realizadas durante as viagens a produção audiovisual, antecedendo assim o lançamento de Antiga Amazônia Presente, longa-metragem dirigido por Silvio Luiz Cordeiro, em sessão especial, dia 25 de junho de 2015, no Museu da Imagem e do Som. A expografia elaborada pela equipe contou na montagem com a colaboração de Viviane Wermelinger Guimarães e Renato Coelho Gomes (ambos do MAE USP), sendo a edição de fotografias realizada pelo próprio fotógrafo da equipe, Wagner Souza e Silva (docente do Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA USP). A exposição estará aberta ao público especialmente apenas no dia do lançamento, entre 18:00 e 22:00.

Lançamento do documentário
Antiga Amazônia Presente
Direção: Silvio Luiz Cordeiro
115 minutos
www.amazoniantiga.tv.br
Data: 25.06.2015
Horário: quinta, às 18:00 (expo) e 19:30 (documentário)
Local: Auditório M I S (172 lugares) | Ingresso: Gratuito
( retirada de senha com 1 hora de antecedência na recepção do museu )

domingo, 21 de junho de 2015

Vista aérea de Santarém, 1969


Hino de Santarém
 
Santarém do meu coração! 
Terra mimosa, de paz e sonhos de amor. 
Santarém do meu coração!
Lindo jardim, vivaz canteiro do.
Céu todo em flor.
Santarém, princesa de luz,
De praias alvas e campinas verdes, rio de anil,
Onde flutuam iaras mil,
Loucas, ao leu na onda azul.
Santarém, meu jardim, meu Pará, meu Brasil.

Flor das margens virentes
Formosa, ridentes,
Do meu Tapajós azul
-Azul como o Céu-
Quero cantar meu torrão, Santarém.
Terra de encantos, de amor e de luz,
Onde o cruzeiro sem véu
Espelha a sombra da cruz
No céu

 Letra de Paulo Rodrigues dos Santos
Música de Wilson Fonseca 
 

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Roberto Carlos em Santarém

(Crônica de José Wilson Malheiros)

Vou contar uma estória verídica que se passou em Santarém, na década de sessenta, quando ainda não havia televisão.

Só sabíamos dos ídolos da música popular e do cinema pelas revistas que chegavam, por sinal, quase sempre desatualizadas.

Testemunhas oculares e presenciais deste fato ainda existem aos montes por aí.

Nos anos dourados de mil novecentos e sessenta e quatro eu fazia o serviço militar no Tiro de Guerra 190, que ficava na confluência da Travessa Quinze de Novembro com a Rua Galdino Veloso.

Eram épocas saudosas de levantar às quatro da manhã para fazer ginástica, de ir ao “stand”, ali por detrás da Serra Piroca, percorrendo aproximadamente cinco ou seis quilômetros em compasso acelerado, na poeira e na areia quente, para praticar tiro ao alvo com aqueles fuzis pesados, que davam coice para trás, podendo até mesmo quebrar a clavícula, se não fossem bem aprumados na hora do disparo.

E a maneabilidade? Segundo os Sargentos era para ganharmos rusticidade. Ficávamos exaustos. Correr, agachar, rastejar, cavar trincheira, formar grupo de combate (municiadores, cabos auxiliares, atiradores etc). Depois ainda tínhamos que desmontar, limpar e montar o fuzil, quando a “mola do percursor” quase sempre apertava no dedo e nos fazia lagrimar de dor... Tudo pela pátria.

Mas, se era tempo de purgatório alguns de nós, felizardos, passávamos também horas deliciosas no paraíso.

É que alguns soldados eram escolhidos para ensinar as moças do Colégio Santa Clara a marchar para o desfile de sete de setembro.

Fui um dos escalados. Era um privilégio especialíssimo, por motivos óbvios (lá estudava a maioria das jovens mais bonitas da cidade e de toda a região).

Ao final do ensaio as freiras nos chamavam e mandavam servir docinhos, sucos de fruta e todo mundo sabe que nos conventos se cozinha muito bem.

As alunas aprendiam a marchar ao longo da Avenida Rio Branco, que passa ao lado do colégio e era caminho para o Aeroporto Velho, onde hoje é um bairro e está a Prefeitura.

Na época não havia, ainda, asfalto. Do chão levantava muita poeira vermelha que fazia espirrar e sujava a roupa.

Quatro horas da tarde de uma quinta-feira calorenta e sossegada, como eram e são, aliás, as tardes santarenas.

A marcha prosseguia na mais perfeita disciplina. Os tambores tocando, os instrutores comandando “escola, cobrir!” "Meia volta...” volver!... alto!... O olhar severo das freiras era mais temido do que a bronca dos Sargentos... Ninguém podia rir, olhar as pernas das meninas, tirar qualquer gracinha. Elas denunciavam e nós, soldados, poderíamos ir presos e, o que era pior, poderíamos ser substituídos por outro instrutor que aguardava impaciente, a oportunidade de ouro de comandar aquelas deusas de uniforme azul e branco.

Pois é, nessa tarde tranqüila as meninas marchavam e os instrutores, como sempre, babavam...

De repente, não se sabe de onde, chega a notícia de que Roberto Carlos, o rei da Jovem Guarda, estava no Aeroporto.

Um figurão desses, uma celebridade desse naipe em nossa cidade tinha o mesmo impacto da descida de um E.T. num disco voador.

O avião que o levava para Manaus resolvera permanecer algum tempo a mais em terra para resolver problemas técnicos.

Quando as meninas souberam, foi uma gritaria geral. As jovens esqueceram os tambores, a marcha, as freiras, os soldadinhos e saíram correndo, subindo a avenida empoeirada no rumo do Aeroporto, que antigamente, como já disse, ficava perto, no fim da rua, e também era conhecido como “Campo da Aviação”.

Os corações sonhadores falaram mais alto. Elas literalmente estavam “mandando tudo pro inferno” para conhecer o ídolo máximo da juventude no país que era governado pelos militares.

Confesso que na oportunidade fiquei enciumado. Eu gostava do Roberto, mas, despeitados, nós os instrutores tivemos vontade de dizer que ele era “bicha, cabeludo” e coisas do gênero. Não ia adiantar, claro.

Quando elas chegaram à pista de pouso, (quem me contou foi a ex-aluna e minha amiga Glória Almeida, hoje no Rio de Janeiro e que participou do episódio) o Rei da Juventude chegou à porta do avião, acenou com um lenço branco, sorriu e depois se recolheu.

Nesse momento mágico que durou cerca de um minuto, mas pareceu eterno, gritinhos, desmaios e coisas assim:

- Roberto, eu te amo... Vem cá... Ai, meu Deus, ele é liiiindoooo!!!...

Acho que até vi a Madre Superiora mal disfarçando a agitação e a ansiedade, na porta do colégio.

Afinal de contas, Roberto era o cantor dos sucessos que nos faziam felizes na época.

A marcha... Bem, que importância tinha, agora, diante do Calhambeque?

Algum tempo depois me contaram que a passagem do cantor por Santarém chegou até romper um noivado. Não me pergunte o nome dos noivos, que não conto, mesmo!

Ora, quem mandou a noiva, de aliança no dedo, correr para o Campo da Aviação, chamar de lindo e de meu amor para o Rei da Juventude?

Na época o pobre noivo deve ter achado que tinha sido traído e mandou tudo “pro inferno”.

Ah, daqui a pouco vou assistir, com minha mulher, um DVD do Robertão. Gravado ao vivo. Como os tempos mudam, não?


quarta-feira, 8 de abril de 2015

Tropical Hotel Santarém, de Arnaldo Paoliello. Uma "perola" na Amazônia

Ricardo Alexandre Paiva



O presente artigo tem como objetivo documentar e resgatar a memória do Tropical Hotel de Santarém, no Pará, um empreendimento da Companhia Tropical de Hotéis, subsidiária da Varig, enfatizando também a relação da empresa com a arquitetura moderna no Norte e Nordeste.

O Tropical Hotel de Santarém (1973), construído no oeste da Pará, no interior da Floresta Amazônica é um exemplo emblemático do desígnio da arquitetura moderna no processo de modernização de regiões longínquas do Brasil.

O Hotel foi projetado pelo arquiteto paulista Arnaldo Furquim Paoliello (1927), formado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie, representante da geração de arquitetos modernos paulistas com forte atuação a partir da década de 1950, com formação e atuação notadamente modernas. A relevância do artigo se sustenta na necessidade de compreensão dos desdobramentos da arquitetura moderna brasileira no panorama de Integração Amazônica e modernização da Região Norte, assim como no imperativo de iluminar episódios da arquitetura moderna brasileira pouco tratados pela historiografia, tanto em relação à obra, como ao autor do projeto.

Sendo assim, pretende-se efetuar uma análise crítica do Tropical Hotel Santarém, que pode ser considerado uma pérola moderna na Amazônia, discutindo o valor da obra e do seu autor, bem como as intervenções físicas e o estado atual de conservação do edifício.

O arquiteto Arnaldo Furquim Paoliello

O Tropical Hotel Santarém foi projetado por Arnaldo Furquim Paoliello (1927), arquiteto formado na FAU Mackenzie, onde ingressou em 1946 e se graduou em 1950. A princípio, a formação era de engenheiro-arquiteto e no segundo ano, o curso passou por uma reforma, mudando o período de graduação de seis para cinco anos, convertendo-se na Faculdade de Arquitetura do Instituto Mackenzie, a primeira escola de arquitetura do Estado de São Paulo.

A turma de Paoliello contou com futuros importantes arquitetos paulistas, como Rodolpho Ortenblad Filho, Roberto Cláudio dos Santos Aflalo e Carlos Cerqueira Lemos, à época em que a FAU Mackenzie era dirigida pelo arquiteto Cristiano Stockler das Neves, um dos fundadores.

                            
                 Turma de formandos do Curso de Arquitetura da Faculdade Mackenzie de 1950.
                 Arnaldo Furquim Paoliello é 4º agachado (da esquerda para a direita)
                 Arquivo pessoal Rodolpho Ortenblad Filho [PEREIRA e GUERRA, 2011]

O Hotel Tropical Santarém: uma “pérola” moderna na Amazônia

O Tropical Hotel foi inaugurado em 1973 em Santarém, cidade considerada, historicamente, um importante entreposto comercial no oeste do Pará, nas margens da via fluvial do Rio Amazonas, no meio do caminho entre as duas principais metrópoles da Região Norte: Belém e Manaus; e localizada na confluência das águas barrentas do Amazonas e azuis cristalinas do Rio Tapajós, justificando o título da cidade como a “Pérola do Tapajós”.






O hotel constituía, à época, um importante empreendimento para a modernização da cidade, além do fato de funcionar como um dos agentes do incremento do turismo da Região Norte, pois deveria servir ao esforço do governo militar de suscitar a “Integração Amazônica” por meio da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia – Sudam. A agência deveria estabelecer estratégias geopolíticas de articulação da região à dinâmica econômica nacional, por intermédio da construção de estradas, da modernização das infraestruturas aeroportuárias e dos incentivos fiscais.

A localização estratégica de Santarém nas rotas fluviais na Amazônia e mais recentemente, nas rotas aéreas, firmando a sua centralidade em relação ao oeste do Pará, acendeu desde a década de 1970 a aspiração de emancipação do suposto Estado do Tapajós em relação ao do Pará, sendo Santarém a capital.

Segundo Paoliello, à época em que trabalhou no projeto do Hotel, havia um desejo por parte do então Ministro dos Transportes do Governo Médici, Mário Andreazza, de construir uma rodovia conectando Brasília a Santarém com o intuito de facilitar a exportação de gado do Centro-Oeste a partir do porto de Santarém. A construção do Hotel se insere, portanto, em um contexto mais amplo de modernização, conforme a citação abaixo:

“Este projeto encontra justificativa, pois a cidade Santarém que hoje possui cerca de 70.000 habitantes, sendo a maior cidade do Pará depois da Capital, e está crescendo a uma taxa demográfica de 10% ao ano, devendo com os grandes investimentos federais, estaduais e municipais que atualmente se fazem, como: o maior porto fluvial da bacia Amazônica, obras de saneamento básico, estrada Cuiabá-Santarém, usina hidroelétrica de Curuá-Una e os consequentes reflexos na área da iniciativa privada; se tornar, pala a sua estratégica situação geográfica, um grande centro exportador de riquezas da região, principalmente minerais”.

A construção do Tropical Hotel de Santarém corroborou para o projeto político-ideológico por parte do governo federal, através da “Integração Amazônica” e das elites locais, que buscavam legitimar o movimento de emancipação por intermédios de símbolos urbanos, se valendo da modernidade arquitetônica que o Hotel expressava. É importante ressaltar que estava prevista a construção de um cassino nas dependências do empreendimento, na esperança que os jogos de azar fossem liberados, constituindo assim um atrativo para turistas nacionais e internacionais, fato que não se concretizou. Para incrementar ainda mais o fluxo de turistas no hotel, a Companhia pensou em uma rota de house boats, que transitariam entre Belém, Santarém e Manaus, articulando a cadeia de hotéis nas três cidades.

No contexto urbano de Santarém, o Tropical Hotel era (e ainda é) um dos edifícios mais icônicos, status adquirido simbolicamente por representar a modernização e contribuir para criar uma nova centralidade na cidade, reforçada pela proximidade do hotel com o início da Rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163).

Outro aspecto de inserção urbana digno de ser ressaltado se refere à previsão de construção de um Parque Municipal, que estava em fase de anteprojeto pelo arquiteto Arnaldo Paoliello à época da construção do Hotel. O “Parque Tropical” se estenderia dos jardins do Hotel até a área marginal do Rio Tapajós e possibilitaria também a conexão com um departamento náutico, uma complementação de áreas de lazer que seriam disponibilizadas aos hóspedes, com “pesca, passeios de lanchas e barcos, [...] loja para venda de souvenirs, material de artesanato local, material de pesca, esportes náuticos, bar, salas de estar e terraços em deck debruçados sobre o rio, garagem de barcos e pontão de embarque”. Entretanto, é importante salientar que nem o Parque, nem o Departamento Náutico foram realizados.
                 
                 Tropical Hotel de Santarém, implantação. Arquiteto Arnaldo Paoliello
                 Desenho original do projeto [PAOLIELLO, 1973]

O primeiro estudo concebido por Arnaldo Paoliello para o Hotel previa um programa para setenta unidades de hospedagem, estimativa feita em função da população de Santarém. Uma vez submetido ao presidente da Varig, Erick de Carvalho e ao próprio Presidente Médici, o programa de necessidades do empreendimento expandiu para 120 quartos. Destes, o General exigia a inclusão de uma suíte presidencial e a cessão de 30 unidades destinadas ao uso dos membros do governo federal. O arquiteto atendeu às demandas da Varig e do Presidente da República, embora considerasse o porte do hotel desproporcional em relação à localização e à condição urbana de Santarém no início da década de 1970.

A segunda versão do projeto foi construída em pouco mais de um ano, por operários, na sua maioria advinda de Brasília, depois da dispensa dos candangos, provocada em muitos casos pelo já avançado estágio de construção da capital federal.

A implantação é bem marcante, seja pela rampa, quase um viaduto, que dá acesso ao Hotel e abriga as funções variadas de comércio e serviços voltadas para a avenida, seja pela sua disposição, solta em meio a uma grande quadra, impondo-se em relação ao entorno, marcado por uma estrutura fundiária mais tradicional.
                                                     Tropical  Hotel de Santarém, perspectiva do conjunto. Arquiteto Arnaldo Paoliello
                 Desenho original do projeto [PAOLIELLO, 1973]

Do ponto de vista arquitetônico, o edifício se sobressai não somente pela monumentalidade da sua implantação, visível nas dimensões generosas da edificação (20 mil m²), mas também pela diversidade de usos coletivos que abrigava, qualificando-o como um edifício híbrido. O programa de necessidades era bem diverso e incluía “uma confortável suíte presidencial, conjunto de lojas, cinema, amplo salão de convenções dotado das mais modernas técnicas, piscinas, boate, salão de jogos, fisioterapia, departamento médico etc.”.

O programa se distribuía ao longo dos cinco níveis, sendo: o térreo, no plano da Av. Mendonça Furtado, dedicado aos usos coletivos, com previsão de 20 lojas abrigadas pela rampa que dá acesso ao lobby do hotel, estacionamento para 100 veículos, acesso ao cinema, setor de serviço (portaria, casa de máquinas, almoxarifados, lavanderia etc) e as redes de tubulação; em um pavimento intermediário (mezanino), localizavam-se áreas administrativas e de apoios aos funcionários e das áreas de lazer; no nível da recepção, acessado pela rampa havia estacionamento para 20 automóveis, o lobby e recepção do hotel e áreas de uso comum como bar nobre, estar, restaurante, salão de convenções para 300 pessoas e ainda uma boate com entrada para o público externo; nos três últimos andares se localizam as unidades de hospedagem. A qualidade espacial do Hotel está relacionada em grande medida à variação de níveis e pés-direitos.

A racionalidade da obra se materializa na regularidade modular dos elementos da estrutura em função das unidades habitacionais, expressa, por seu turno, na solução espacial, funcional e formal do edifício, que se desenvolve de forma levemente curvilínea e se debruça para a área de lazer do complexo, também com traços característicos do modernismo, conforme atesta o próprio arquiteto ao afirmar que o empreendimento “é de estilo moderno, formando um semicírculo voltado para o Rio Tapajós, numa concepção que visou, principalmente, a aproveitar a colina de oito metros em que se situa”.
                
                 Tropical Hotel de Santarém, planta do nível do lobby. Arquiteto Arnaldo Paoliello
                 Desenho original do projeto [PAOLIELLO, 1973]

                
                 Tropical Hotel de Santarém, planta do pavimento tipo. Arquiteto Arnaldo Paoliello
                 Desenho original do projeto [PAOLIELLO, 1973] 

Além das preocupações com o contexto da paisagem, note-se que o projeto era sensível às especificidade locais, pois:

“utilizou técnica artesanal da região, aproveitando as condições de mão-de-obra local. Dotados de todo o conforto moderno, seus 120 apartamentos têm acabamento de material simples em sua decoração foram utilizados móveis típicos da região, redes, madeiras regionais, couro, cortinas e tapetes com fibras locais”.
                
                 Tropical Hotel de Santarém, corte e detalhe do corte. Arquiteto Arnaldo Paoliello
                 Desenho original do projeto [PAOLIELLO, 1973]

Formalmente, a harmonia da curva é quebrada com o volume da circulação vertical e a marquise que protege o acesso ao hotel. Na parte posterior, voltada para o rio, destaca-se outra marquise, que funciona também como terraço, e uma grande pérgula. A linha dominante da composição é horizontal, mas é contrastada com empenas verticais que possuem um perfil ligeiramente inclinado, com uma base maior e diminuindo na medida em que se verticaliza, conforme confirma o arquiteto.

“A estrutura de concreto é totalmente modulada e se previu, através de colunas com perfis bem marcantes e cobertura de telhas meio tubo de fibro-cimento, dar uma personalidade ao conjunto, que se desenvolve de forma contínua e em diversos níveis, descortinando-se ângulos imprevistos e paisagens bastante agradáveis com interpenetração de jardins e terraços, rampas e vegetação tropical que se misturam com a arquitetura dando a ambientação que a disposição privilegiada do terreno oferece”.
                
                 Tropical Hotel de Santarém, perspectiva da área de lazer. Arquiteto Arnaldo Paoliello
                 Desenho original do projeto [PAOLIELLO, 1973]

É importante destacar a qualidade dos profissionais envolvidos no projeto, como o arquiteto Hideo Hashimoto, coordenador e colaborador do projeto de arquitetura; o paisagista Ney Dutra Ururahy, com forte influência de Burle Marx, conforme pode ser verificado no desenho geométrico dos jardins do Tropical Hotel de Santarém; O engenheiro Adolfo Veirano Jr., responsável pelo cálculo estrutural; a Sra. Graziella Pires Paoliello, esposa do arquiteto, que juntamente com Sra. Myriam Pettinati Mauad e Arnaldo Paoliello foram responsáveis pela arquitetura de interiores e decoração.
                
                 Tropical Hotel de Santarém, perspectiva do lobby. Arquiteto Arnaldo Paoliello
                 Desenho original do projeto [PAOLIELLO, 1973] 

Interferências na obra: à guisa de conclusão

Com base na pesquisa (em estágio inicial) empreendida pelo autor sobre a relação entre a arquitetura moderna e o turismo, o trabalho buscou registrar aspectos gerais de projetos de hotéis modernos no Norte e Nordeste da Rede Tropical de Hotéis-Varig e especificamente o caso do Tropical Hotel de Santarém, onde se constata que até então não existiam referências sobre este importante edifício, nem mesmo da atuação e contribuição do arquiteto paulista Arnaldo Furquim Paoliello à arquitetura hoteleira de feição modernista. A relevância do trabalho se sustenta na possibilidade de chamar a atenção para a necessidade de documentação e preservação desta “pérola” moderna na Amazônia, como forma de valorização do criador (arquiteto) e da criatura(obra).

Atualmente, o edifício ainda funciona como hotel, depois de um tempo sem uso, em função do processo de desarticulação e falência da Companhia Tropical e da Varig. Após negociações, o hotel foi adquirido pelo Sr. Paulo Barrudada na década de 2000, justificando a sua atual denominação de Barrudada Tropical Hotel.

O atual hotel passou por reformas internas, com mudanças de revestimentos em geral e nos banheiros e atualização de mobiliário dos quartos e demais ambientes, que não comprometeram a aparência original do projeto. Mais recentemente, a construção de uma coberta metálica em forma abobadada sobre o terraço que se debruça para o jardim pode ser considerada a intervenção mais nociva e desrespeitosa em relação à linguagem moderna do edifício.

         
                  Atual Barrudada Tropical Hotel, área de lazer, Santarém-PA
De modo geral, a manutenção atual do uso hoteleiro garante ao edifício uma certa longevidade, e adaptação às demandas contemporâneas, que se justificam pela qualidade do projeto. Em relação aos usos coletivos previstos, como as lojas e outros serviços, verifica-se que não houve uma ocupação conforme foi concebido. Caso se consolidasse, poderia valorizar sobremaneira o espaço público da avenida na qual está implantado.

Ainda que estas interferências no edifício e desdobramentos contrários ao projeto tenham ocorrido, o Hotel continua sendo um dos edifícios mais significativos da cidade de Santarém, que depois de quarenta anos passados desde a construção do Hotel, sofreu transformações urbanas relevantes, embora permaneça o desejo de criação do Estado do Tapajós.
         
                  Atual Barrudada Tropical Hotel, vista aérea, Santarém-PA
Enfim, a carência de estudos sistemáticos sobre esta temática demonstra a importância da pesquisa sobre o Tropical Hotel de Santarém e do seu autor, pois pretende, mediante a documentação deste acervo, contribuir para a sua valorização, conservação e preservação. O trabalho, ao registrar este legado, almeja ainda colaborar para a produção de conhecimento sobre a cidade e a arquitetura no Norte e Nordeste do Brasil.

domingo, 5 de abril de 2015

Navio "Presidente Vargas"


Navio de passageiros de bandeira brasileira, que fez parte da famosa Frota Branca, outrora tão apreciada dos paraenses. O "Presidente Vargas" pertenceu à ENASA - Empresa de Navegação da Amazónia S.A. (ex-SNAPP) e ligava (transportando passageiros e carga) alguns portos da vasta bacia hidrográfica do Amazonas. Este pequeno paquete de vocação fluvial foi construído em 1953 num estaleiro dos Países Baixos (Haarlemsche Scheepswerven Maatschappi) e era a maior e mais elegante unidade da tal Frota Branca, que compreendia, igualmente, os navios "Lopo d’Almada", "Augusto Montenegro", "Leopoldo Peres" e "Lauro Sodré", todos eles construídos na Holanda. O "Presidente Vargas" apresentava 1 515 toneladas de arqueação bruta, media 80,20 metros de comprimento por 11,30 metros de boca e podia atingir graças às suas 2 máquinas diesel a velocidade de 17 nós. Com uma capacidade (oficial) para 500 passageiros distribuídos por três classes distintas o "Vargas" era tido como muito confortável pelos seus usuários, que apreciavam, para além do conchego das suas acomodações, o seu sistema de ar condicionado e o ambiente social criado pelos passageiros que o frequentavam amiúde, ou episodicamente, nas suas viagens de lazer ou de negócios. Depois de 18 anos de bons serviços prestados às populações do Pará (mas não só), o "Presidente Vargas" afundou-se, surpreendentemente, por volta das 21 horas do dia 4 de Junho de 1972, pouco depois de ter largado amarras do cais de Soure, uma localidade da ilha do Marajó banhada pelas águas do rio Paracauary. Porto onde o "Vargas" havia desembarcado toda a sua lotação de passageiros. No naufrágio do prestigioso navio da ENASA não houve vítimas mortais. As causas do seu naufrágio nunca foram esclarecidas, o que deu azo a rumores de afundamento premeditado por obscuras razões. Ainda foram feitos alguns estudos e tentativas para reemergir e recuperar o "Presidente Vargas", nomeadamente um apresentado por peritos vindos dos Estados Unidos. Mas o que é facto, é que o elegante navio amazónico ainda hoje jaz no fundo lamacento do Paracauary…


sexta-feira, 3 de abril de 2015

Navio "Lobo D'Almada"


Navio "Lobo D'Almada", um dos integrantes da "Frota Branca" da extinta ENASA, juntamente com os outros navios: Augusto Montenegro, Leopoldo Peres, Lauro Sodré e Presidente Vargas que foram construidos nos estaleiros da Holanda, na década de 50. Exceto o Presidente Vargas que tinha um formato diferente, os outros quatro navios eram semelhantes. Convém lembrar que o Presidente Vargas navegava para Marajó-Soure, parando em Mosqueiro e os demais viajavam para o Baixo Tocantins e Baixo Amazonas até Manaus, atendendo ainda a linha de Iquitos no Peru e do Madeira até Porto Velho.

Infelizmente, nenhum desses navios não mais existem. Como se sabe, o Presidente Vargas afundou em Soure. O Leopoldo Peres, afundou no estreito de Breves. O Augusto Montenegro, teria se acabado num dos estaleiros próximo a Val de Cans, em virtude de uma disputa judicial. Aliás, será que se acabou mesmo ou está com alguma empresa? E o Lobo d'Almada e o Lauro Sodré, onde estariam? M i s t é r i o ! Mas se você souber, diga-nos onde estão.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Antigo Trapiche Municipal de Santarém


Navio da extinta ENASA, atracado no antigo Trapiche Municipal de Santarém, década de 60.
Os navios da extinta ENASA, mais conhecidos como Frota Branca, era constituída dos seguintes navios: Lobo D’Almada, Augusto Montenegro, Leopoldo Perez, Lauro Sodré e Presidente Vargas, sendo este último, com formato diferente dos outros. Todos eles construídos em Amsterdam na Holanda. Tinham capacidade para transportar 500 passageiros, na classe popular e na classe especial.
Foram eles os melhores que já passaram pela Amazônia.

sábado, 28 de março de 2015

Antigo Trapiche Municipal de Santarém, 1962

Uma belíssima vista do antigo Trapiche Municipal de Santarém, 1962. Foto tirada do Bar Mascote.
Anos mais tarde, essa área entre o antigo Trapiche Municipal e o Bar Mascote foi aterrada em cerca de 20 metros de largura, nascendo daí o então chamado "Cais Mocorongo" depois titulado "Praça do Pescador", construído na Gestão do Capitão Elmano de Moura Melo na época interventor Federal de Santarém.

domingo, 22 de março de 2015

Cartão postal de Santarém, 1958

Cartão postal de Santarém, 1958
Orla da cidade de Santarém.
A avenida Tapajós ainda era simplesmente o rio Tapajós.
 

sábado, 14 de março de 2015

Orla de Santarém, 1962



Assim escreveu Mário de Andrade, o autor de Macunaíma: “Pelo anúncio da tarde, chegamos a Santarém, com estranhas sensações venezianas, por causa do hotel ancorado no porto, enfiando o paredão n’água, e com janelas de ogivas! Os venezianos falam muito bem a nossa língua e são todos de uma cor tapuia escura, mui lisa”.

31/05/1927. A referência está no livro O Turista Aprendiz.

domingo, 8 de março de 2015

Antiga Prefeitura Municipal de Santarém

O que o carro da Prefeitura de Santarém faz parado aí?
Calma, calma! O carro era da Prefeitura, sim, mas já faz muito tempo.
Parado em frente à PMS, que ficava localizada onde hoje é o Museu João Fona.
 

Foto: Arquivo IBGE.
Fonte: Emanuel Júlio Leite

sábado, 7 de março de 2015

Santarém: Rua Siqueira Campos, 1962






















Rua Siqueira Campos, 1962
Ao fundo, a antiga escadaria do Frei Ambrósio.
Foto tirada da torre da Igreja de Nossa Senhora da Conceição!

domingo, 1 de março de 2015

Santarém: Rua Lameira Bittencourt, 1962



Rua João Pessoa (hoje, Lameira Bittencourt), 1962
Ao lado esquerdo da foto, o antigo Mercado Municipal de Santarém (hoje, loja Yamada) 

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Santarém: Praça Rodrigues dos Santos, 1962





















Praça Dr. Rodrigues dos Santos: A Praça Dr. Rodrigues dos Santos foi das que teve maior número de denominações. entre nomes oficiais e não oficiais. Vamos começar pelos não oficiais, partindo dos primórdios de nossa História. Era lá, onde hoje é a Praça Rodrigues dos Santos que ficava o agrupamento principal dos índios Tupaius ou Tapajós, quando aqui chegou o fundador de Santarém, o padre João Felipe Bettendorf. Era um grande quadrilátero aberto na mata e que os índios denominavam de Ocara-Açu, que quer dizer Terreiro Grande.

Como foi lá que Bettendorf construiu a primeira igreja, que foi dedicada a Nossa Senhora da Conceição, os próprios índios mudaram o nome Ocara-Açu para Tupana-Ocara, Que quer dizer Terreiro de Deus. Com passar dos anos, conforme algo importante ocorresse no local, os nomes iam mudando. Esses nomes não oficiais foram: Largo das Amendoeiras, Largo do Teatro, Largo da Usina, Praça das Missões, Praça do Congresso e até recentemente Praça do Cruzeiro.

Esses nomes não eram oficiais, mas era por esses apelidos que a praça ere denominada pelo povo da cidade. Agora, quando aos nomes oficiais foram: Praça da Imperatriz, ao tempo do Império. Com a queda da Monarquia, ocorrida em 1889, a praça teve seu nome mudado para Praça da República, e assim foi até 1926. Em 25 de novembro de 1926 veio a falecer o ilustre santareno Dr. Manoel Waldomiro Rodrigues dos Santos e no ano seguinte (1927) à Praça da república foi dado o nome de Praça Dr. Rodrigues dos Santos, nome oficial que permanece até nossos dias. Até agora foram oito os nomes não oficiais e três os oficiais. Onze denominações, portanto, para um mesmo local.

É bom lembrar que foi lá que nasceu a nossa cidade de Santarém. Em 1967 o Prefeito Elias Pinto colocou lá uma estátua de corpo inteiro e no tamanho natural do Brigadeiro Haroldo Veloso, que, anos depois, foi de lá retirada. Não sei qual o destino que deram a essa estátua.

Texto: Santarém Logradouros Públicos - Wilde Dias da Fonseca.

sábado, 17 de janeiro de 2015

Antiga praia da Vera Paz, 1996

Aos domingos, antes da construção do Porto da Cargill, a praia da Vera Paz era o local preferidos para o lazer do povão em Santarém.

Foto: José Gumercindo Rebelo

domingo, 11 de janeiro de 2015

Vista aérea de Santarém, 1957

Vista aérea de Santarém, abril de 1957.
Foto tirada pelo fotógrafo Dmitri Kassel para a revista LIFE.

Na parte de baixo da foto o antigo LAGUINHO (hoje, IBAMA)