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sábado, 16 de fevereiro de 2013

Santarém: O "Morro da Fortaleza"




















O "Morro do Castelo", mais conhecido como "Morro da Fortaleza", já desfigurado pelas constantes escavações, era entrave para que a cidade se expandisse rumo Leste. Diz Paulo Rodrigues do Santos em "Tupaiulândia", que "apesar de melhor clima, mais ventilação, maiores áreas de terras, os santarenos não queriam localizar-se naquela zona, que depois tomou o nome de Bairro da Prainha". Com a abertura do Largo da Municipalidade ( Praça Barão de Santarém ) para a construção da Casa da Câmara ( 1853/1867) o que provocou delinear-se pequena avenida que passa em frente com o nome de rua do Imperador até atingir a travessa Inácio Corrêa e esbarrar no paredão do morro que lhe interceptava a caminhada para interligar-se à rua dos Mercadores ( hoje Lameira Bittencourt ) que corria pela frente da cidade, apenas alcançava alguns metros além do atual Trapiche Municipal; logo adiante esbarrava no paredão do morro que lhe interceptava a caminhada e que, naquele trecho, caía a pique sobre a praia. Dessa forma, as comunicações dos mocorongos com a Câmara se fazia subindo a vereda que passava pela frente das arruinadas muralhas do Forte e descia pelo outro lado; por um caminho mais ao sul, onde o aclive era menos acentuado; pela praia em tempo de verão, ou, ainda por água. Muitos funcionários que residiam na Aldeia, iam e vinham para o trabalho, em canoas.


Assim foi por muitos anos. Havia também uma trilha estreita, verdadeiro "caminho de cabras", escorregadio e íngreme, que aos poucos foram escavando, pela frente do morro - "caminho de cabras" que hoje é a bonita avenida Adriano Pimentel. Citando o jornal "O Baixo Amazonas" de 29/05/1880, informa: "O sr. tenente Inácio José Corrêa acaba de proporcionar aos habitantes de Santarém um grande melhoramento de trânsito, prolongando, à sua custa, a Rua dos Mercadores até sair na Praça Municipal, escavando a parte do Morro do Castelo ( Fortaleza ), que obstruía esse prolongamento de trânsito. Atos deste muito recomendam ao conceito público de quem os praticas". E Paulo prossegue: "Assim foi aberta e, mais tarde, paulatinamente alargada, com novas escavações que permitiram a edificação de prédios, na atual avenida " Adriano Pimentel"

Foto 1: Final do século XIX. Livro Meu Baú Mocorongo de Wilson Fonseca
Foto 2: 1905. Livro The rubber country of Amazon. Enviada pelo blog Fragmentos de Belém

Texto: Meu Baú Mocorongo de Wilson Fonseca

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