Você se Lembra?

Você se Lembra?

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Chegada do Prefeito Mário Guimarães, 1942

Foto de 1942, que registra uma recepção ao Prefeito Mário de Freitas Guimarães, no "aeroporto" pioneiro de Santarém. Do conjunto, quase nada mais existe: as catraias, a escada dos viajantes, a chaminé da velha uzina de luz, e os padres franciscanos alemães. Até o rio Tapajós foi recuado pelo discutido cais de arrimo que "engoliu" as nossas praias.

Foto e texto: Meu Baú Mocorongo de Wilson Fonseca

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Santarém: Casa de Saúde São Sebastião, 1962




Casa de Saúde São Sebastião: à avenida Adriano Pimentel, oferecia clínica médica, cirurgia e obstétrica, assistência pré-natal e obstetrícia. Dispunha também de laboratório de análises clínicas. Seus serviços incluíam gasoterapia, aerosóis, carbogênio, oxigênio, raios-x e fisioterapia. E um pronto-socorro. Tudo sob a direção do médico Waldemar Penna.

Foto enviada por Rubenita Campos Figueira

Texto: Memórias de Santarém - Lúcio Flávio Pinto

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Bendito Rio Tapajós, 1950

Na região de Lábrea, no estado do Amazonas, estava grassando uma epidemia de uma doença não identificada de pronto. Os órgãos oficiais de saúde resolveram enviar àquela região um grupo de médicos e pesquisadores, com vistas a diagnosticar o que estava ocorrendo.

Foi solicitado à Base Aérea de Belém que fornecesse a essa missão transporte aéreo, que só poderia ser realizado por avião CATALINA, pois não havia campo de pouso naquela cidade nem em suas proximidades.
     

Em novembro de 1950 o CATALINA 6527, decolou de Belém levando a comitiva médica, tendo como pilotos os tenentes Pereira Sobrinho e Coelho de Souza. O avião pousou em Santarém, onde foi abastecido a pleno, pois havia pouca gasolina em Manaus, onde seria reabastecido. Com seus tanques cheios o avião tornou-se pesado, acima de seu peso normal de operação na região amazônica.
     

A pista de Santarém era coberta por uma tênue pintura asfáltica tinha pouco mais de 800 metros e a direção do vento indicava que a decolagem deveria ser feita no sentido da floresta para o rio. O piloto, após as verificações e o cheque de motores costumeiros, entrou na pista, alinhou o avião e aplicou plena potência em ambos os motores. O CATALINA iniciou a corrida de decolagem com aceleração menor que a normal, devido ao elevado peso. Próximo ao fim da pista a garça decolou, iniciando uma subida lenta. Quando o trem de pouso estava sendo recolhido, o motor direito deu umas tossidas e teve perda de potência quase total. O mecânico, bastante experiente e profundo conhecedor do CATALINA, identificou logo a causa da perda de potência: a pressão de gasolina nesse motor havia caído para zero. Imediatamente começou a acionar vigorosamente a bomba manual de combustível que ficava no painel de seu pequeno cubículo, o que permitiu que o motor funcionasse intermitentemente, mas com pouca potência, pois o débito de gasolina enviada pela bomba manual não era suficiente para a operação normal do motor.

O piloto, ao perceber a anormalidade, procurou manter o avião em vôo e conseguiu desviar da chaminé de tijolo da usina termoelétrica da cidade. Ao se aproximar da margem do rio Tapajós, comandou baixar os flutuadores, e seguiu desviando dos mastros de algumas embarcações ancoradas diante da cidade. Conseguiu fazer um pouso n’água quase normal, sem nenhum dano ao avião ou às pessoas que estavam a bordo, tripulantes e passageiros. 

A bóia de Santarém ficava localizada em um remanso abrigado, próximo ao porto. Um remanso sempre é enganador, pois muitas vezes a correnteza do rio que vai em uma direção, nas proximidades do remanso parte dela muda de direção, como se fosse formar um grande rodamoinho. Além disso, o cabo da bóia não era verificado, utilizado nem trocado há muito tempo, pois tanto os CATALINA da FAB como os da PANAIR só operavam do aeródromo. Raramente um PBY-5 (hidro) pousava em Santarém.
     

Apesar de todas as dificuldades o piloto, experiente em hidro-aviação pois havia completado nos EUA seu curso de Piloto Naval e Piloto de Patrulha voando o PBM MARTIN, talvez o maior hidro-avião militar existente, conseguiu se aproximar da bóia e, com grande habilidade, prender o avião ao cabo. O motor só seria cortado quando houvesse a certeza de que o avião estava “amarrado”. Pela inércia o avião ainda se deslocou um pouco à frente, o que foi suficiente para arrebentar o cabo apodrecido. Novas peripécias para sair da área onde se encontravam vários barcos e ser socorrido por uma lancha que, com um cabo novo, rebocou o avião até a bóia.

Após prender o avião no novo cabo da bóia, os mecânicos, com o auxílio das plataformas, iniciaram o trabalho de pesquisa sobre a origem da pane. Foram retiradas as carenagens do motor e feitos alguns testes. Logo foi identificada a causa da pane: o eixo da bomba de gasolina havia partido.
    

Enquanto os mecânicos trabalhavam sob o sol inclemente, foi enviada mensagem ao Esquadrão em Belém solicitando a remessa de uma bomba e, se possível, outro avião para continuar a viagem para Lábrea.Como eu era o Oficial de Material do Esquadrão, fui escalado para levar outro avião, o 6526, e entregá-lo à tripulação do 6527 para a continuação da viagem. Levei a bordo do 6526 uma pequena equipe de especialistas equipada para efetuar o reparo no 6527. Pousei no aeroporto de Santarém lá pelas 11:00 da manhã, quando então entreguei o 6526, no aeroporto, para o prosseguimento da missão. O avião decolou em seguida para Manaus e nós nos dirigimos para o local onde estava o 6527. Em lá chegando, constatamos que não era possível trabalhar em determinadas horas, devido ao fato de que as chapas do avião estarem muito quentes, impossibilitando que nelas se tocasse. Decidimos trabalhar um pouco entre 17:00 e o por do sol e, no dia seguinte, iniciar os trabalhos no nascer do sol e prosseguir até quando a temperatura das chapas permitisse.
     

Terminada a troca da bomba, dei partida nos motores e soltei o cabo da bóia. A pressão da gasolina estava normal permitindo que eu decolasse e voasse cerca de 30 minutos sobre o aeródromo, onde pousei. Em seguida regressei a Balem.
    

Essa são algumas peculiaridades do CATALINA. Em caso de pane, havendo um rio ou lago nas proximidades, ele pode pousar sem grandes riscos. Em compensação, fazer serviços de manutenção no avião, pousado n’água, é trabalho complicado e lento, devido à exigüidade de espaço.

Cel. Av. José de Carvalho

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Santarém: O "Morro da Fortaleza"




















O "Morro do Castelo", mais conhecido como "Morro da Fortaleza", já desfigurado pelas constantes escavações, era entrave para que a cidade se expandisse rumo Leste. Diz Paulo Rodrigues do Santos em "Tupaiulândia", que "apesar de melhor clima, mais ventilação, maiores áreas de terras, os santarenos não queriam localizar-se naquela zona, que depois tomou o nome de Bairro da Prainha". Com a abertura do Largo da Municipalidade ( Praça Barão de Santarém ) para a construção da Casa da Câmara ( 1853/1867) o que provocou delinear-se pequena avenida que passa em frente com o nome de rua do Imperador até atingir a travessa Inácio Corrêa e esbarrar no paredão do morro que lhe interceptava a caminhada para interligar-se à rua dos Mercadores ( hoje Lameira Bittencourt ) que corria pela frente da cidade, apenas alcançava alguns metros além do atual Trapiche Municipal; logo adiante esbarrava no paredão do morro que lhe interceptava a caminhada e que, naquele trecho, caía a pique sobre a praia. Dessa forma, as comunicações dos mocorongos com a Câmara se fazia subindo a vereda que passava pela frente das arruinadas muralhas do Forte e descia pelo outro lado; por um caminho mais ao sul, onde o aclive era menos acentuado; pela praia em tempo de verão, ou, ainda por água. Muitos funcionários que residiam na Aldeia, iam e vinham para o trabalho, em canoas.


Assim foi por muitos anos. Havia também uma trilha estreita, verdadeiro "caminho de cabras", escorregadio e íngreme, que aos poucos foram escavando, pela frente do morro - "caminho de cabras" que hoje é a bonita avenida Adriano Pimentel. Citando o jornal "O Baixo Amazonas" de 29/05/1880, informa: "O sr. tenente Inácio José Corrêa acaba de proporcionar aos habitantes de Santarém um grande melhoramento de trânsito, prolongando, à sua custa, a Rua dos Mercadores até sair na Praça Municipal, escavando a parte do Morro do Castelo ( Fortaleza ), que obstruía esse prolongamento de trânsito. Atos deste muito recomendam ao conceito público de quem os praticas". E Paulo prossegue: "Assim foi aberta e, mais tarde, paulatinamente alargada, com novas escavações que permitiram a edificação de prédios, na atual avenida " Adriano Pimentel"

Foto 1: Final do século XIX. Livro Meu Baú Mocorongo de Wilson Fonseca
Foto 2: 1905. Livro The rubber country of Amazon. Enviada pelo blog Fragmentos de Belém

Texto: Meu Baú Mocorongo de Wilson Fonseca

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Prefeitura Municipal de Santarém, década de 40

Corria o ano de 1853, quando abriu-se em nossa cidade um grande roçado quadrilátero, a Leste da colina conhecida por Morro do Castelo ( hoje "Morro da Fortaleza" ), para alí ser erguido um edifício que abrigaria, conjugadamente, a Câmara Municipal e a Cadeia Pública. Com sua pedra fundamental lançada solenemente nesse mesmo ano de 1853, só foi concluído o palacete - por insuficiência de verbas que eram votadas, anualmente, pela Assembléia Provincial - catorze anos mais tarde, isto é, em 1867. Entretanto, a sua ocupação definitiva só ocorreu em agosto de 1868.

Foto enviada por Arlem Gonçalves

Texto: Meu Baú Mocorongo de Wilson Fonseca

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Santarém: Carnaval da Saudade, 1963



















Nesta época era comum os foliões santarenos desfilarem pelas ruas da cidade em cima de caminhões. Foto tirada em frente da praça Rodrigues das Santos, tendo ao fundo o Bar Vencedor e o antigo prédio dos Correios e Telégrafos.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Santarém: Bloco de sujo, década de 60























Foto tirada na rua Lameira Bittencourt, bem em frente ao antigo Trapiche Municipal. Década de 60

Foto: Blog do Ercio Bemerguy

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Garapeira Ypiranga, 1948





















A Garapeira Ypiranga, popularmente conhecida desde a década de 1940, propriedade do Sr. Cipriano Rocha, em meio ao centenários benjamins da Praça da Matriz, era também bastante frequentada por pessoas de ambas as classes, que saboreavam a garapa de cana, uma bebida exótica e refrescante muito apreciada pelos santarenos. O estabelecimento sobreviveu ao tempo e aos acontecimentos. Seus proprietários já não são mais os mesmos, porém seus descendentes fazem questão de, mesmo com as dificuldades, manter o funcionamento desse ambiente, considerado parte da história santarena.

Foto: Álbum do Centenário de Santarém

Texto: Santarém uma Síntese Histórica de Antonia Terezinha dos Santos Amorim

Bar Mascote e Tapajós Bar, 1948

As opções de lazer e entretenimento da primeira metade do século XX eram exclusividade apenas dos homens santarenos: O Bar Mascote e o Tapajós Bar. O primeiro, considerado a "sala de visitas" da cidade, sob a responsabilidade da família Meschede, desde a década de 1930 vem recebendo com muito requinte e cordialidade familiares e amigos, principalmente após o final da tarde, para aquele bate-papo sadio e gostoso, por se tratar de um lugar aprazível e bastante acolhedor. 


O Tapajós Bar, de propriedade do Sr. Moysés E. Cohen, localizado em frente à catedral de Nossa Senhora da Conceição na Praça Monsenhor José Gregório, era bastante frequentado pelo cidadãos santarenos, que aproveitavam o ambiente para trocar idéias sobre política e futebol, enquanto tomavam uísque e cerveja.


Foto: Álbum do Centenário de Santarém

Texto: Santarém uma ntese Histórica de Antonia Terezinha dos Santos Amorim