Você se Lembra?

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segunda-feira, 16 de julho de 2012

Antigo Trapiche Municipal de Santarém


Mais uma Saudade

Está sendo retirado, definitivamente, do seu lugar de honra na paisagem Santarena - o Trapiche Municipal.

Desativado com a inauguraçâo do moderno porto construido na Vera Paz, também lembrada apenas na Canção de Minha Saudade dos irmãos FONSECA, onde se erguia o imponente monumento de madeira ao progresso Santareno, contrariando a expectativa de tantos quantos quizeram vê-lo transformado num centro turístico (com lojas de artesanato e restaurante especializados em pratos regionais), surge um vazio nostálgico, a lembrar seus momentos de glória que se hão de inumerar ao escrever a história desta terra, destacando a faina insana, a braços de caboclos fortes, num vai-e-vem de formigas trabalhadeiras, que constituiram por tanto tempo um espetáculo à parte, no serviço de embarque e desembarque de cargas dos navios que aqui aportavam.

E,assim, parte para a saudade, sem lencinhos brancos a dizer adeus, mais um marco histórico de Santarém, sem cortejo, sem flores, e sem funeral, como se foram o "Theatro Victória" e a "Casa Cristo Rei".

É mais um tributo que se paga e credita ao progresso. O progresso que, felizmente, ainda não conseguiu sepultar a lira do santareno, que desde José Agostinho da Fonseca, é músico-poeta, e haverá de homenagear o gigante que sucumbe com um "Réquiem ao Trapiche Municipal".

Edinaldo Mota

Texto: Jornal do Baixo Amazonas, novembro de 1979.

Um comentário:

  1. Brincadeira da molecada nas décadas de 1950 e 1960 era pular do trapiche e passar por baixo dos cascos dos návios. Tinha quem ia e voltava num fôlego só.

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